No calendário da saúde é comum associar meses e cores a campanhas de conscientização. Sob esse prisma, no primeiro mês do ano o foco é voltado à saúde mental, por meio da campanha Janeiro Branco, que em 2023 segue o tema “A vida pede equilíbrio”.
Apenas para contextualizar, o Janeiro Branco é um movimento que surgiu no Brasil em 2014, a partir da iniciativa de psicólogos de Minas Gerais que quiseram dar visibilidade à importância dos cuidados com a saúde mental.
Janeiro foi escolhido por ser o mês em que as pessoas estão mais propensas a realizar autoanálises e a traçar novos caminhos para suas vidas. A cor branca faz menção a folhas em branco em que se pode projetar essas expectativas e metas.
A campanha estimula a realização de eventos, bate-papos, cursos e workshops, a fim de propor reflexões, quebrar preconceitos e difundir conhecimento para que pessoas aprendam a lidar com as suas condições mentais ou procurem ajuda sempre que possível.
Como perceber que as coisas não vão bem?É importante ficar atento a questões subjetivas e objetivas que vivemos no dia a dia para evitar o surgimento e o agravamento de transtornos mentais, como ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), entre outros.
A avaliação da saúde mental, porém, é um tema complexo e deve ser feita por um profissional. Períodos duradouros ou muito frequentes de pensamentos, percepções, emoções e comportamentos negativos, indisposição física e emocional e mudança no comportamento social são alguns sinais de que é necessário buscar ajuda.
Claro que essas manifestações podem ser derivadas de problemas pontuais (se estiverem sob controle, não há com que se preocupar), mas em escalas maiores podem ser os primeiros indícios do desenvolvimento de doenças significativas. Ninguém é positivo o tempo todo, mas também não pode haver um desequilíbrio na balança entre bons e maus momentos.
Como prevenir as doenças mentais?
Não há uma fórmula específica de prevenção, e os distúrbios psicológicos geralmente se desenvolvem de forma silenciosa, sem que pessoas ao redor – ou às vezes nós mesmos – percebam.A dica mais importante é reduzir fatores de risco, levando uma vida saudável, física e mentalmente, sempre que possível rodeado de amigos, familiares e em busca de atitudes positivas. Ou seja, desde que não fuja ao nosso alcance, a regra é não colecionar problemas ou acontecimentos negativos.
Números reforçam a importância do assuntoOs dados sobre o tema são alarmantes e crescem exponencialmente. Segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2022, 1 bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental em 2019, números que incluem 14% de adolescentes.O levantamento ainda alerta para um número elevado de suicídios na população abaixo de 50 anos e mostram que no primeiro ano da pandemia os casos de depressão e ansiedade aumentaram em 25% em todo o mundo.Também de acordo com a OMS, o Brasil é o país com maior número de casos diagnosticados de ansiedade no mundo (9,3%) e o segundo maior das Américas em diagnóstico de depressão (5,8%).
Pandemia acentuou os casos. Como será a retomada?
O surgimento da pandemia do Covid-19, embora ainda não tenha números oficiais, reforçou a preocupação com a saúde mental em todo o planeta devido ao isolamento social e às quebras de rotinas impostas pela doença.Após a vacinação, engatinhamos para um período pós pandemia, em as pessoas estão se readaptando aos encontros presenciais e à vida coletiva, mesmo que ainda tenham que usar máscaras e ter cuidado com variantes do coronavírus. A ressocialização é fundamental, e há esperança de que a quebra de tabus sobre o assunto, aliado ao acompanhamento médico adequado, possa diminuir esses índices tão preocupantes.
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